Poetas recebem o Prêmio Castro Alves
Com apresentação de José Damião, Vanessa Cavalcanti e Guiomar Sant'Ana, da Rádio Boa Nova e TV Mundo Maior e parte artística da dupla Nelson e Vilma, que substituiu a pianista Vânia Rosa Malandrino, a Arte Poética Castro entregou o Prêmio Castro Alves aos vencedores do 29o. Concurso de Poesia com Temática Espírita no Salão Bezerra de Menezes, da subsede da Federação Espírita do Estado de São Paulo, rua Santo Amaro, 370, Bela Vista, São Paulo, capital.
Fotografou o evento o repórter fotográfico França Cícero. O jornalista altamirando Carneiro, presidente da Arte Poética Castro Alves, declamou a poesia Marchemos, de Castro Alves (Espírito), psicografada por Francisco Cândido Xavier.
Foram recebidas 133 poesias, enviadas de todo o Brasil. A premiação foi dividida em três categorias: Homenagem a Allan Kardec, O Espiritismo Explica e os classificados do 18o. ao 1o. lugar. Os classificados que não compareceram nem enviaram representantes receberão o Prêmio pelo correio. Os que não tiveram as poesias classificadas receberão, como incentivo, um brinde da Arte Poética Castro Alves.
Eis a relação:
Homenagem a Allan Kardec: Hyala dos Santos Henrique - São Paulo, capital: Allan Kardec codifica e inspira; Reny Barros Maciel - Campinas, SP: Eternos caminheiros; Valter Rodrigues Mota - Taubaté, SP: Mestre Kardec.
O Espiritismo Explica: Marina Rodrigues Cardomingo - Itajubá, MG: "Quem é Ele?"; Orleide Félix de Matos - São Paulo, capital: Derrocadas de um Espírito rebelde; Maria Rita Alves - Ceilândia Norte - DF: Paulo e Estêvão em arte de redenção; Gerson Nunes Praça - Niterói, RJ: Apocalipse; Antônio Camargo Leme - Sorocaba, SP: Somos deuses; Marilha Caldas - Cruz das Almas, BA: Depressão à luz do Espiritismo; André Coelhas - São Paulo, capital: Súplicas do umbral; Roberta Teixeira da Silva - São Paulo, capital: Sede perfeitos.
Do 18o. ao 1o. lugar: (Esta foi a ordem em que foram lidas as poesias, nesta categoria) - 18o.) Elizabeth Caires - São Paulo, capital: Um novo olhar; 17o.) Rosângela Fernandes de Lima - São Paulo, capital: Suicídio; 16o.) Peilton Santos de Sena - Santos, SP: Ide e semeai poesia; 15o.) Úmero Card'Osso - São José dos Campos, SP: Deus; 14o.) Mônica da Silva Costa - Jacarezinho, PR: Família, amor e perdão; 13o.) Alice Bacheschi - São Paulo, capital: A passagem; 12o.) Julis Orácio Felipe - Joinville, SC: Antes da caravana ir; 11o.) Paulo Eduardo Porto Caldeira - Curitiba, PR: Num instante; 10o.) Jair da Silva Araújo - Salvador, BA: Reencarnação; 9o.) Soraya Felix dos Santos - São Paulo, capital: Possibilidades; 8o.) Elza Lemos Rodrigues - Rio de Janeiro: Caminhar fazendo Luz; 7o.) Maria Luiza Marques Fernandes Palha - São Paulo, capital: Sim, sim, não, não; 6o.) Mauro Augusto de Amorim - São Paulo, capital: Laços eternos; 5o.) Pedro Martins - Pitangueiras, SP: Saudade; 4o.) Guilherme Fischer - Maringá, PR: Mala Pronta; 3o.) Nelson Costa - São Paulo, capital: Este Planeta; 2o.) Maria do Céu Ferreira - Natal, RN: O nada?; 1o.) Nelson de Oliveira - Pitangueiras, SP: Liberdade.
1o. LUGAR
Liberdade
Nelson de Oliveira
(Mairinque - SP)
É a voz do poeta que não cala,
Da arte que não tem fronteiras,
Não tem barreiras, não tem limites.
É a expressão da própria expressão.
Liberdade é o sentimento de poder voar,
Falar, correr e sonhar sem solidão.
Liberdade é sentir o ressoar do vento,
Tocando a pele do rosto, sem tristeza,
Sem prisão, sem desgosto...
Liberdade é o cantar dos passarinhos
Que voando leves, alegres em alinho,
Pousam felizes no seu galho, no seu ninho.
Liberdade é poder se expressar,
Poder caminhar, poder ouvir,
Lutar, relutar, conquistar, pedir,
Sonhar sem escravizar, sem prender,
Sem confinar o homem em seu ser!
Liberdade é a própria Natureza
Em sua beleza que a alegria nos traz.
Liberdade é um não à escravidão,
A essa guerra que destrói!
Liberdade é Paz, Amor, União.
É poder curtir, ver, sentir, vibrar.
Liberdade é poder abraçar o nosso
Querido, eterno e bendito irmão!
2o LUGAR
O nada?
Maria do Céu Ferreira
(Natal - RN)
Se viemos do nada
E retornaremos ao nada,
Nada somos ou seremos.
Como é desolador!
Ver num nada um criador.
Onde fica a fé, o futuro, o labor?
Só vazio, sem luz, sem progresso,
Sem ciência, sem ânsia, sem amor…
Só o nada, não o nada sem sabor...
Não quero fazer parte do nada!
Quero ser luz e sal da terra.
Há razão de ser?
Ser um complexo de tantos nexos,
E de repente não ter valor!
Ah, amor, me entenda por favor!
Não consigo ver a vida e aceitar,
Este senso sem ter dor…
Sou pequena, mas me nego,
Em sentir as grandezas do Universo
Os ciclos da natureza, o nascer
O crescer, as transformações diversas,
Uma planta no seu novo florescer,
E aceitar que foi o nada seu feitor!
Eu sou parte deste todo:
Simples, imperfeita, um ser imortal.
Acredito no nascer, morrer, renascer
Progredir sempre, sem cessar,
E, não deixo esse nada me calar.
Só somos nada, nada, sem amar!
Somos cria da vontade do amor
Inteligência de um único Criador
Que tudo fez, é tudo, e tudo faz,
O DEUS eterno, soberano e justo
Que cria tudo com amor de pai!
3o. LUGAR
Este Planeta
Nelson Costa
(São Paulo - Capital)
Vivo na enfermaria da vida
Purgando minhas dores e feridas,
Como qualquer mortal.
Em terapia permanente
Minha alma segue paciente,
A prescrição deste Planeta hospital.
Outra sina à razão se esboça
De estar cativo e consciente de que possa
Corrigir esta minha alma solitária.
Todo empenho acelera e atenua
O tempo e ela, do erro recua,
Libertando-se deste Planeta penitenciária.
Mais aprende quando humilde considera
Uma eterna aprendiz de tantas eras,
Do saber que esmola.
Com esmero a lição de casa realiza
E assim se burila, se potencializa
Para ser aprovada neste Planeta escola.
Reconheço, enfim, a Bondade Divina
Em colocar-me como operário nesta grande oficina
Às vezes correto, outras tantas, falho.
Arrastar meu arado e não olhar prá trás
Faz minha, a tarefa, e de ninguém mais,
Neste Planeta trabalho.